O mesmo sitio, a mesma hora e as mesmas pessoas. Sempre que posso, aqui estou, aqui me sinto bem. Faço as mesmas coisas sem ser pela mesma ordem, e espero o tempo passar sem dar por ele.
Existem momentos que repetimos sem dar por eles, como tarefas automáticas executadas por uma máquina. Mas esta máquina que é a minha pessoa, executa esta tarefa sem esperar um resultado, sem querer chegar a algum lado, aqui vêm numa lógica simples. Porque me sinto bem e gosto dos sons que oiço, do que vejo e do que levo quando me vou embora.
Um dia sem aqui vir não é um dia perdido, mas os minutos que aqui não consigo contar, sossegam-me a alma. Um momento confortável passado onde gostamos de dar um pouco de nós, faz com que recebemos ainda mais. A minha presença pode dar aos outros tanto quanto a minha ausência, mas o que levo quando saio, nunca eu receberia se aqui não fizesse deste momento um pedaço do meu dia.
E ter esse privilégio é algo muito simples e ao mesmo tempo complicado. Quando escuto e vejo o que aqui me rodeia, a minha alma relaxa e sossega das preocupações que o meu viver me dá. Não destruo o pensamento com cálculos racionais da minha gestão diária, mas também não dou uso a sua função mais importante.
A que me faz ser quem sou, a energia do meu descontentamento, aquela que me faz querer ser mais do que sou e não me deixa descansar à sombra da comodidade do meu viver. Essa que cultivo de sol a sol, lançando as sementes para os terrenos férteis do meu mundo. Um mundo só meu, onde a imaginação constrói as minhas fantasias.
Por isso, aqui neste recanto onde encontro a serenidade e o sossego, deixem só de escutar e ver. E comecei também a escrever.
E assim apareceu este monte de palavras, no café que frequento todos os dias.
E sabendo que em mais dias este momento irá acontecer, acredito que mais palavras amontoarei.
Sei que posso dar algo a quem lê o que escrevo, mas não o faço por isso. Eu escrevo porque sinto a minha alma feliz quando o faço, dou o que poderia guardar para mim e assim espero dar um pouco da minha luz a quem lê o que escrevo.
Sem comentários:
Enviar um comentário