Compreender a mente dos outros não é fácil. Por vezes tentamos entrar no universo pessoal de alguém e esbarramos numa parede de vidro.
As paredes de vidro têm tendência a tornar-se em espelhos, visto que pensamos estar a ver o que vai no pensamento do outro, mas no fundo o que vemos é o reflexo daquilo que queremos que esteja lá dentro. Quando pensamos nisto, dá vontade de estar sempre calado. Tudo o que for dito pode ser mal interpretado.
No mundo complexo da mente de cada um de nós, as palavras tanto podem ser as nossas aliadas como inimigas.
Como posso ficar calado?
Primeiro não quero, em segundo penso que tudo o que se diz e não se diz deva ser julgado. Mal ou bem as palavras têm uma definição directa. Essa mesma definição pode é ser lida por mentes diferentes.
Gosto de pensar que tudo o que se diz têm uma infinidade de interpretações, nunca gostei de frases directas porque elas podem ser muito devastadoras. Obrigam-me a estar sempre a defesa. E quando estamos sempre a defesa perdemos o sentido de liberdade, provoca em mim uma sensação claustrofóbica, de tal modo que a necessidade de fugir é enorme.
Quem nunca teve de se afastar de uma conversa onde tudo o que se diz é a razão absoluta, onde qualquer resposta é interrompida por um nova razão absoluta. Ninguém sente vontade de aguentar os rounds todos, se a vitória já está garantida pelo adversário.
Descobri ao longo dos anos que existem defesas contra este tipo de situações. Existem várias e por vezes vejo-me obrigado a utilizar algumas para me conseguir defender.A minha única dificuldade é quando sou eu que estou do outro lado, e não consigo ver à primeira, quando o derrotado quer fugir.
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