quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Um abrir de uma janela.

Agora estou sentado em frente ao meu computador numa sala escura e não sei o que estou a sentir. Apetece fazer alguma coisa... só não sei o quê? Decido abrir a janela e a luz que entra na sala invade o meu espírito com alegria.
Sento-me novamente em frente ao computador, olho para o teclado e para o monitor. E decido entrar no meu blog...
Vou escrever algo...penso eu. As letras do teclado como que chamam por mim...Mas continuo sem saber o que fazer com elas. Como posso transformar a simplicidade de uma letra numa palavra. Não sei se consigo chamar algo a mim mesmo, para dar as palavras um sentido.
Não estou triste, melancólico, alegre, zangado...nada. Só não sei o que fazer.
Mas eu estou a fazer alguma coisa. Não estou a guardar nada neste blog, que considero a minha arca. Também não sinto que esteja a dar nada a todos aqueles que lêem este texto, mas se ajudar alguém a sentir-se melhor fico contente.
Após ter dado algum sentido as palavras neste texto, fico bem comigo mesmo. Sinto que ganhem algo com isso.
O quê?
Não sei, e não vou pensar muito nisso...
Este blog serve para guardar o que vai na alma, e penso que com este texto não guardei nada...Mas foi bom abrir esta arca, que é um bocado daquilo que sou.
Neste momento não sei se as letras estão fartas dos meus dedos, mas a demora na escolha leva-me a pensar que devo terminar o texto.
Eu queria terminar este texto com um enquadramento de palavras belas e cheias de sentido, mas não consigo...
E sem palavras para as letras que olham para mim expectantes, aqui estou eu sentado em frente ao meu computador.
A luz da sala está a ficar sem brilho,e não sei o que estou a sentir. O momento parece que se repete...e só tenho uma possibilidade. Abrir a outra janela...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O minuto de sonho

Sei o que quero escrever, mas tenho dificuldades em colocar num texto tudo o que a minha mente quer. Sei que isso é o que define ser escritor. Como não o sou, o momento de passar para a escrita o que minha imaginação trabalha torna-se um momento difícil. Nunca penoso...nem desagradável...
Simplesmente loucura total que me absorve de tal modo que o tempo desaparece, e passa a existir um mundo de sonho consciente.
E os sonhos alimentam-me a alma, dão-me coragem para enfrentar os minutos que tenho de vida.
Minutos?
Sim!
Minutos é o que temos para viver... num minuto temos saúde,somos felizes e no outro a seguir...
Nada!
Quase nada...
Resta sempre a memória dos tempos em que fomos felizes e tínhamos saúde. Essa sim faz com que a luta seja equilibrada e não nos leve a desistir...
Eu vivo os minutos sem contar quantos faltam ou quantos passaram. Vivo como se esse fosse o ultimo... ou o primeiro.
Adoro viver cada segundo como vivi o meu primeiro segundo de vida. Com 52 cm e 5Kg ( Se não acreditarem perguntem a minha mãe) ali estava eu sem saber o que fazer, expectante...não sabia nada de nada. Com força para viver... e com fome.
De leite claro...
E de ver o que a vida me reservava. Estava pronto para a luta...e como têm sido dura.
Mas neste preciso minuto...escrevo. Mas estou com força...tenho fome de viver. Continuo expectante, sem saber nada de nada...mesmo com 100Kg e quase 2 metros.
Cresci! Sinto-me um melhor ser humano, mas não sei o que me espera o próximo minuto. Nem estou preocupado com isso...quero aproveitar este minuto, pelo menos sabendo que quem ler este texto se sinta ainda melhor do que eu ao escreve-lo.
No momento de pura alegria, consciente afirmo que valeu a pena viver este sonho...
Obrigada por gastarem os vossos preciosos minutos a lerem estas palavras de alguém que não é nenhum escritor, mas que é muito feliz a escrever.

sábado, 5 de março de 2011

A verdade da mentira

O mundo em que vivemos castiga a nossa personalidade com modificações, torna o ser humano puro numa máquina de contar mentiras. Faz da verdade uma fraqueza...
E a verdade deixou de ser uma necessidade, e agora é um obrigação. Somos assim obrigados a ter na verdade o pilar daquilo que somos porque na realidade nunca mostramos o que nos vai na alma.
E mentimos!
A mentir somos livres e poderosos porque a verdade pode nos tirar a força que queremos ter para enfrentar a vida. Mas ao mentir também nos podemos perder...
perdemos o sentido da vida que queremos. Uma mentira leva a outra mentira, e a nova mentira ficou velha e leva a outra...e outra...e outra, a muitas novas mentiras. E quando damos por isso, estamos perdidos...sem rumo, ficamos presos num mundo de mentiras. Onde o que encontramos apenas nos ilude e fascina, mas nunca nos preenche como seres humanos.
Por isso pergunto...
Vale a pena mentir?
Vale a pena escondermos?
Vale a pena ser infeliz?
Eu respondo que não. Eu sei que posso ser feliz, ter força para a vida e mesmo assim fazer da verdade a minha maior virtude.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Viagem sem destino.

Num dia triste, de chuva miudinha e fria, começa a viagem. Mais um dia de paragens e arranques. Eu cá vou tocar no botão para sair na próxima paragem. Mas não sei se é esta a paragem em que quero sair, arrependo-me e continuo a viagem. Olho pela janela, o céu está inundado de pouca cor, fico preocupado com a tristeza que me invade a alma.
E assim pareço estar a incomodar todos os que fazem esta viagem comigo e sinto necessidade de fazer algo, e penso...Mas o frio aqueceu a minha capacidade de raciocínio. Não acredito, que fui invadido pela melancolia invernal.
Tenho mesmo de terminar esta viagem, vou sair na próxima paragem.
Chegou a paragem, começo a levantar-me para sair...e a porta não abre. Fico parado a olhar para ela e ela continua fechada. Fico triste, e começo a sentir-me mal. A cabeça começa a andar á roda...sem forças, o meu corpo deixa-se vencer pela gravidade. Caído no chão, sinto que fui vencido pela minha incapacidade de decidir o meu destino. As paragens e os arranques desta viagem tornam a minha indecisão mais forte. E a desculpa vai sempre sendo a mesma, lá fora chove e faz frio.
Acordo, e sinto uma luz a invadir-me o rosto. Sinto-me bem! Levanto-me, e olho em volta. O céu continua triste e os rostos dos meus companheiros de viagem começam a ficar cansados de tanta tristeza. Começo a procurar a luz que me fez sentir bem, e não a encontro. Fico preocupado por não a encontrar.Sinto que vou desistir de a procurar, e fecho os olhos aceitando a derrota.
Como um soldado vencido numa batalha, olho para o céu...perdido num olhar profundo.
E com os olhos no céu a minha viagem continua num pára e arranca continuo, esperando encontrar a minha paragem...

domingo, 28 de novembro de 2010

O mundo em bocados...

O meu mundo é feito de bocados...muitos bocados. Ou bocados a mais!
Existem os bocados maus e os bons. Existem bocados deste mundo que até eu tenho medo da sua existência, por isso não os queiram conhecer. Muitos deles servem para me mostrar o fraco que sou como pessoa (Estes podem conhecer). Os melhores fazem de mim um bom homem. Esses eu quero que conheçam, pelo menos uma vez...ou de vez quando.
O meu mundo deveria ser levado a tribunal,ser julgado pelos seus maus bocados.A pena teria de ser severa! Veio-me a ideia uns quantos castigos ...pronto, lá estou eu a ser mauzinho. Mi castiga! TAU!...TAU!...
Desculpem, foi o entusiasmo.
Não me julguem! Por ter só maus bocados.
Julguem! Os meus melhores...não! Todos aqueles que não são maus. E não julguem uma vez, julguem-me sempre...
Obriguem o meu mundo de bocados a estar sempre em tribunal. O julgamento do meu mundo têm de ser constante, para que eu não desista dele...como um bom bocado que pode ser sempre,e sempre terá de ser. Não tenho outra forma de fazer os meus bocados funcionar.
O meu mundo de bocados é por isso aquilo que me faz viver...é a minha força para a luta que é a vida. E a vida de qualquer ser humano é o seu bem mais precioso...não há riqueza melhor. Acreditem que a vontade de viver transforma qualquer pessoa, no ser mais poderoso que pode haver. E o amor pela vida ganha guerras...
E viver é?...
Ganhar a luta...sim lutar! Para que possamos ser felizes...pelo menos um bocado do nosso mundo.

sábado, 20 de novembro de 2010

A amizade e o amor...

Esta é a história de uma relação que começou com uma brincadeira e se tornou num caso sério de amor eterno.Parece esquisito que isto aconteça, mas depois de acabarem de ler, irão perceber que pode acontecer a qualquer um.
Numa mesa onde estão sentados várias amigos a conversar, um homem e uma mulher estão calados. Ambas olham um para o outro.O olhar que lançam um ao outro é profundo. Parece que estão noutro lugar qualquer, mas quando fixam o olhar um no outro, parece que são uma só pessoa. Noutra mesa alguém repara, e pensa que pode ajudar aquelas duas pessoas. Nisso chama o empregado e pede para ele entregar um papel a mulher.
Ela lê o papel e nesse instante levanta-se e vai-se embora. Todos na mesa ficam espantados. E de repente o homem levanta-se e vai-se embora também. Um olhar de interrogação percorreu todos os outros e sendo eles amigos á muito anos, então pairou no ar uma nuvem de preocupação. Começaram a falar no que tinham dito, ou não dito para tentar achar algo tivesse provocado tal atitude.
Passou uns tempos, e aqueles dois amigos deixaram de partilhar momentos com os outros amigos que estavam a conversar naquela mesa. O tempo foi passando, mas a saudade daqueles momentos passados a conversar foi aumentando cada vez mais.
Então os seus amigos tentaram que todos se voltassem a encontrar. Foram falar com eles porque queriam saber o que tinha levado aquela situação, mas a resposta era sempre a mesma. Ele dizia que se tinha ido embora porque ela tinha saído zangada com ele, e ela dizia que saiu porque ele era um estúpido. Aquelas justificações não tinham ponta por onde se pegasse, por isso uma das amigas disse a mulher que era inaceitável que ao fim de tantos anos de amizade, ela tinha chegado a conclusão que o seu amigo era um estúpido. Nisto a mulher diz que não se foi embora por causa do seu amigo, mas sim por causa do estúpido de um homem que lhe mandou o bilhete. Vendo que aquela situação tinha provocado um mal entendido, foi falar com o homem.
Quando estava a falar com o seu amigo a explicar o porquê de se ter ido embora sem mais nem menos, sentiu algo...como nunca tinha sentido. Parecia encontrar nas palavras o que sentia quando olhava para o seu amigo de longa data.
Depois daquela conversa a relação delas ganhou asas, e por muitos anos assim continuou a crescer. Para que se tornasse num amor daqueles que é para o resto da vida. Mas o que poderia ter aquele bilhete escrito, que levasse uma mulher a pensar que um homem é estúpido quando ele apenas queria ajudar. Que palavras mágicas poderão ser escritas que levem dois amigos a amarem-se para o resto da vida.
Passados alguns anos, estavam todos na mesma mesa e o empregado entrega um bilhete a mulher. Nisto todos olham para ela...
Ela lê o bilhete e larga um sorriso. Olha em volta e pára o olhar no homem que ama...o seu olhar é de mulher feliz e amada. Tudo porque a alguns anos alguém escreveu num bilhete que ela era a mulher mais feia do mundo e que agora se tinha transformada na mais bela de todas...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

No fim...existia o principio.

A essência de um texto está no seu fim. O final de um texto é o seu clímax!
Quando começo um texto, nunca sei se termino. A duvida que mantenho ao longo da sua criação faz-me ser mais criativo e ao mesmo tempo torna-me mais impotente...
Mas para que preciso eu de dar um fim a tudo.
Quando se escreve, as palavras costumam brotar como belas flores num prado, por isso não quero arrancar essas flores. Quero continuar a escrever, fazer crescer milhares de flores...
Mas o que escrevo não é belo para mim. A beleza está na sua leitura, no sentimento que as palavras provocam. Se numa frase dou alegria a quem a lê, esse sentimento faz-me sentir triste. A minha tristeza é pensar que as palavras que juntem numa frase, fazem quem as lê sentir-se feliz naquele momento. Quando o que mais desejo é que todos nós consigamos ser felizes, sempre...
Como podem ver, o fim deste texto é inseguro. Mas... o seu clímax pode ser encontrado?
Se não lhe dou um fim, então... onde se pode encontrar essa sensação de bem estar?
Eu acredito que ela não esteja neste texto, não por não ter fim, mas porque as palavras que aqui aparecem escritas servem apenas para me fazer sentir descansado.
Sim! Descansado quando sei que ninguém lê o que escrevo, estando triste...
As pessoas que lêem este texto e todos os outros que já escrevi, e irei escrever...não procurem a alegria nos meus textos.
O que escrevo serve para me dar forças na luta constante em ser feliz todos os momentos.
Espero por isso, que a força que obtenho na sua escrita, seja milhões de vezes superior na sua leitura.