A maior equação de todas.

Ter Poder!
Querer dominar!
Ser melhor que todos.
Ter tudo!

O homem social vive segundo esse conceito e morre na busca dessa plenitude fisica. Mas não é essa a missão para a qual fomos concebidos. A criação do ser humano é demasiado complexa para termos um objectivo de vida onde tudo o que queremos alcançar é o palpável mundo material, quando nessa busca perdemos a luz que deviamos manter e entramos num mundo escuro da ambição social de poder ter tudo. Mesmo sabendo que essa posse têm fim, continuamos a carregar esse peso até ao fim e dele levamos a tristeza de ter perdido a oportunidade de melhorar o nosso caminho na jornada pelo alcançe da luz eterna. Mas as oportunidades perdidas tornam a jornada mais pesada, mesmo assim todos teremos o nosso momento para fazer valer a vida.
Por mim acredito que estará longe, mas vou tentar fazer com que o presente que recebi ao ser me dada a oportunidade de viver esta vida, mesmo com as tentações que me vão surgindo pela frente tenho de tentar sair imune dessa vontade de ter e de querer ser mais do que aquilo que me foi proposto nesta etapa da minha jornada.
A dificuldade será controlar todos os meus instintos naturais de ser humano perante a visão de um mundo de prazer material, e fugir a essa fragilidade obriga a uma negação dos meus sentidos fisicos.
Sei que tenho de o fazer, mas a vida como ela se apresenta a mim torna difiçil essa escolha. Mas entre desistir de ser melhor como pessoa ou ser alguém com posses, prefiro não me perder neste mundo onde os bens materiais são mais importantes e continuar a ser alguém que vence por aquilo que é e não por aquilo que têm.
Por isso afirmo que o meu poder é continuar a ser quem sou e dominar isso para ser melhor do que sou e assim um dia terei tudo.
Tudo é apenas o fim da minha jornada.

Como posso ficar calado?

Como posso ficar calado?
Primeiro não quero e em segundo penso que tudo o que se diz e não se diz deva ser julgado. Mal ou bem as palavras têm um definição directa. Essa mesma definição pode é ser lida por mentes diferentes de forma a tornar-se nossa amiga ou inimiga.
Gosto de pensar que tudo o que dizem têm uma infinidade de interpretações, nunca gostei de frases directas porque elas podem ser muito devastadoras. Obrigam-me a estar sempre à defesa. E quando estamos sempre à defesa perdemos o sentido de liberdade. Provoca em mim uma sensação claustrofóbica de tal modo que a necessidade de fugir é enorme .
Quem nunca teve de se afastar de uma conversa onde tudo o que se diz é a razão absoluta, onde qualquer resposta é interrompida por uma nova razão absoluta. Ninguém sente vontade de aguentar os "rounds" todos se a vitória já está garantida pelo adversário.
Descobri ao longo dos anos que existem defesas contra este tipo de situações. Existem várias e por vezes vejo-me obrigado a utilizar algumas para me conseguir defender.
A minha única dificuldade é quando sou que estou do outro lado e não consigo ver à primeira quando o derrotado quer fugir.

" Em muitos, muitos são os que por vezes se dão como satisfeitos nas oportunidades que têm..."

Por vezes tentamos...

Compreender a mente dos outros não é fácil, por vezes tentamos entrar no universo pessoal e esbarramos numa parede de vidro.As paredes de vidro têm tendência a tornar-se em espelhos, visto que pensamos estar a ver o que vai no pensamento do outro, mas no fundo o que vemos é o reflexo daquilo que queremos que esteja lá dentro.
Quando pensamos nisto, dá vontade de estar sempre calado. Tudo o que for dito pode ser mal interpretado. Num mundo complexo da mente de cada um de nós as palavras tanto podem ser as nossas aliadas como inimigas.

Não estou sozinho.

A dificuldade é abstrair do tempo

e dar valor ao momento. 

Estar disponível para ouvir 

e sentir...

Porque as palavras dizem muito,

mas nos olhos...

Vemos o que a alma sente.

Numa lágrima se vê,

num sorriso se esconde.

Mas numa frase as palavras.

Escondem uma alma triste.

Enganam até ao ponto final,

O ouvido não ouve.

a palavra escondida.

Mas os olhos vêem,

no olhar sem brilho de quem fala,

De quem esconde a tristeza,

de uma alma enfraquecida. 

Ouvimos palavras bem construídas,

Que brilham no seu belo sorriso,

mas vazias por dentro...

Ver e ouvir,

ter tempo para estar presente,

viver o momento.

Eu não esqueço que preciso.

De viver para os outros.

Ser quem sou custa muito...

Mas não estou sozinho..

Não prometo

Não prometo!
Não porque não quero,
não porque não consigo....
Eu acredito no que sou,
No que consigo fazer.
Mas não prometo!
A promessa não devia existir.
Ela ilude...
Dá esperança...

Não é mau prometer.
Por vezes salva,
Dá vontade de continuar.
De querer chegar lá...

Não prometo ponto final.

Eu acredito na vontade de viver
Sem precisar de ter um fim.

O pé descalço

Andava sempre descalço, subia as árvores, fazia grandes buracos na terra, andava numa bicicleta que nem conseguia subir, empurrava pneus em corridas, fazia escorregas de canas, construía comboios com latas de atum, apanhava lagartixas para passear, ia aos pomares roubar fruta para comer, via na RTP os filmes dos cowboys e dos índios e......
Agora sou homem crescido.
E mal subo as escadas, buracos só faço na conta bancária, mal cabo no carro, corridas só quando estou atrasado, escorregar só quando saio do carro, latas de atum só na marmita, a passear se apanhar é multas, para comer fruta sou roubado, na RTP só vejo é ladrões.
Mas contínuo a viver na mesma porque continuo a andar descalço.

Não têm preço....

As palavras ficam caras.
Não as que digo, mas as que guardo.
Espero sempre tanto dos outros,
Que guardo para mim o pior.
A vida devia ensinar.
Mas a lição demora aprender.
Mas vou continuar pelo caminho.
Mesmo que me perca.
por muito que grite por ajuda.
Ninguém irá ouvir o meu pensamento.
A voz nunca irá acertar.
As palavras serão duras.
E como pedras ficarão.
No meu pensamento pesadas.
O silêncio faz a mente funcionar.
Entre paredes e grades de ferro.
Os raios de luz iluminam.
E a viagem continua.
Na companhia das palavras.
Que carrego majestosamente.
Dando aos passos a força.
Para que a viagem seja longa.
Cheia de vontade de continuar
O caminho será longo.
O que custa vai ser justo.
As palavras não têm preço.
Por isso aqui ficam.