quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PROZA DE MEU PAI

                                             UMA PROZA

Quando Deus formou o Mundo,
Palácio de grande altura,
muita gente lá penou,
outras forão para a sepultura.
Casa cheia tem fartura,
quem redobra tem seus sarilhos
correm as galinhas ao milho e na culpa ficam os pardais.
Todo Burro tem atafais, também tem estribos,
toda a gente vende figos para a calante das Raposas.
Lá no Mar andam Alcatrozes, também andam Gaivotas.
Ò Rapaz das pernas tortas, todos te chamão canejo,
vai-se as sezões com o desejo e a Frida com o inguento.
O moinho mói ao vento
a teia faz a aranha
ai que cantiga tamanha, que não tem cabo nem fim.
È um ramo de alecrim que se dá aos bens casados,
se eles forem unidos
por Deus serão ajudados
se forem mal unidos
por Deus serão castigados.
Faz-se as armas para os soldados, também para os caçadores.
Meninas que tem amores, ligeiras tem de andar
fez-se a gaita para tocar,
o pente para a cabeça
menina não enlouqueça, que feliz pode ser
todos dizem eu também digo,
que tem um tamanho seio, um nariz de quatro palmos e meio,
que dá para a bigorna de um ferrador,
cabeçalho de um carro ou queijado de um pastor.


João Libanio Miranda

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